domingo, 31 de maio de 2020

A nossa história

Olá a todos!

Como estão? Espero que as atividades que tenho estado a propor vos estejam a ser úteis.

Caminhando para Junho, as crianças vão precisar de muitas atividades para se entreterem durante a quarentena. Portanto, atividades que levem tempo e estimulem a criatividade, desenvolvimento cognitivo, concentração, entre outros, são uma boa aposta. Adicionalmente, este ano, as crianças passaram menos tempo com outros pares, não havendo um desenvolvimento social tão ativo. Tendo em conta isto, a atividade que vos proponho é a criação de histórias sobre momentos que passaram, que gostavam de passar e incluir pessoas que são importantes para elas, contribuindo para um sentimento positivo e esperançoso para as crianças.

É uma atividade que pode ser feita em família, a criança sozinha ou até mesmo com um grupo grande de crianças, cada uma contribuindo com diferentes partes da história e a partir dos 7/8 anos

Como proceder:

Os materiais que são necessários são folhas de papel A4, lã, canetas ou lápis e tesoura (com supervisão). Depois, a ideia será criar uma história (em separado ou em conjunto com a família ou um grupo de crianças) com texto e/ou desenhos. Esta história será criada em folhas, cortadas a meio para formar um livro e usar lã para as unir. A(s) criança(s) escolhem o título. Depois, podem criar várias histórias ou até mesmo recriar histórias que tenham lido (por exemplo, as que deixei aqui no blog e que estão no meu canal de YouTube).

Espero que gostem desta atividade e dos momentos criativos que pode proporcionar. Mais abaixo, encontra-se a ficha de utilização. Nos comentários mais abaixo, contém-me como correu e que tipo de histórias conseguiram criar 😊

Até ao próximo post,
Bárbara 🎈

Ficha de utilização

sábado, 30 de maio de 2020

O corpo humano 💪👃👂🦶🦵👁️👄

Bem-vindos a mais um post!

A atividade é, mais uma vez, um 2 em 1. Em ambas as atividades são usados os mesmos recursos e, certamente, haverão outras atividades possíveis para além daquelas que mencionarei aqui. Aconselho que ambas sejam feitas com o auxílio de um adulto ou irmão/amigo/colega mais velho que já tenha estes conhecimentos. Pode ser feita em grupo ou individualmenteAconselho que seja realizada com crianças dos 4 anos aos 10 anos.

A primeira atividade tem como o principal objetivo o ensino das partes do corpo, enquanto se treina o vocabulárioA segunda atividade é um jogo de correspondência, usando as mesmas partes do corpo, desenvolvendo a atenção, memória e, também, o vocabulário.

Esta atividade surge de um site que tem imensos recursos que podem ser especialmente úteis estando em tele-escola. Acedam ao site e verifiquem as outras atividades e jogos sugeridos 😊


Como proceder:

1ª atividade:

Os materiais necessários são o tabuleiro do menino ou da menina e as cartas das partes do corpo humano (disponibilizadas mais abaixo). Devem imprimir os materiais e cortar as cartas das partes do copo. Se quiserem podem até plastificar para que fiquem mais protegidos. Depois, a criança deve escolher se quer o tabuleiro do menino ou da menina. Dependendo se a atividade for individual ou em grupo, misturam-se as cartas e distribuem-se pela mesa ou dividem-se entre os jogadores. Devem colocar as partes do corpo no lugar do corpo do tabuleiro correspondente. Quando a criança colocar todas as cartas ou quem colocar as suas cartas mais rapidamente no tabuleiro ganha. Também sugiro, se quiserem, pedir à(s) criança(s) que nomeiem as partes do corpo enquanto as colocam no tabuleiro.

2ª atividade:

O material necessário para esta atividades são as cartas das partes do corpo, mas, desta vez, imprimidas 2 vezes. Mais uma vez, aconselho que plastifiquem as cartas para que durem mais tempo. Depois, distribuir as cartas das partes do corpo pela mesa, viradas para cima. Deixar a criança ver durante 30 segundos. Virar as cartas ao contrário. Pedir à criança que encontre cada par e nomeie a parte do corpo que encontrou. Ganha quando encontrar todos os pares e conseguir nomeá-los. Se for em grupo, as crianças devem revezar a sua vez e quem acertar em mais pares ganha.

Espero que gostem deste jogo, não se esqueçam de deixar o vosso feedback nos comentários. Também se aceitam críticas construtivas. 💪 Mais uma vez, deixo a ficha de utilização mais abaixo, tal como o tabuleiro da menina, do menino e as cartas do corpo humano

Até ao próximo post,
Bárbara 🎈

Ficha de utilização 1

Ficha de utilização 2

Cartas do corpo 1

Cartas do corpo 2

Cartas do corpo 3

Tabuleiro Menina

Tabuleiro Menino

Desenha isto ✏️

Olá! 😊

A atividade que vos trago, desta vez, é para ser realizada em conjunto, sendo minha sugestão a existência de, pelo menos, 2 jogadores, um deles um adulto e o outro uma criança, podendo havendo mais jogadores.

É uma atividade especialmente boa para crianças ou jovens com problemas de controlo de impulsividade ou frustração. A prática da concentração também está presente, sendo um jogo muito interativo e divertido.

Esta atividade, em específico, é necessário que a criança tenha mais de 8 anos para que possa acompanhar a atividade. 
Como proceder:

Os materiais necessários são folhas brancas e materiais de desenho. Os passos deste jogo são:
  1. O jogador 1 tenta fazer com que o jogador 2 desenhe um objeto ou animal sem rotular ou nomear o objeto que está a ser desenhado. Portanto, o Jogador 1 precisa de descrever instruções específicas para várias linhas e formas para o Jogador 2 desenhar. Aqui está um exemplo: 
    • O jogador 1 tenta fazer com que o jogador 2 desenhe uma maçã.
    • Jogador 1: "Desenha um círculo vermelho - o círculo não precisa ser perfeitamente redondo.
    • “Quando terminares de desenhar o círculo, desenha uma pequena linha castanha a sair da parte superior do círculo.”
  2. Depois o Jogador 2 tem de adivinhar o que estava a desenhar.
  3. Podem jogar as rodadas que quiserem.
  4. Tenha uma discussão de acompanhamento sobre como é jogar este jogo. Pode usar as seguintes perguntas:
    • É mais fácil dar as instruções ou segui-las?
    • Alguma parte deste jogo foi frustrante?
    • O que precisavas do outro jogador enquanto desenhavas?
    • O que precisavas do outro jogador enquanto dava instruções?
Forma alternativa de jogar:
  1. Jogador 1 pode ajudar no desenho do Jogador 2 (permitindo que o Jogador 1 dê instruções mais específicas);
  2. Fazer com que o Jogador 2 desenhe a figura inteira conforme indicado, revelando apenas o desenho no final.
Espero que gostem desta sugestão, é um jogo muito giro e que pode ajudar a perceber a origem das frustrações dos mais pequenos e como os podemos ajudar. Como sempre, mais abaixo, encontram a ficha de utilização desta atividade. 

Até ao próximo post,
Bárbara 🎈
Ficha de utilização 1

Ficha de utilização 2

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Expressa as tuas emoções 🙌

Mais um dia, mais um post.

Este post é um 3 em 1 bem recheadinho de reflexão, expressão, conhecimento e criatividade.

As emoções e os sentimentos são conceitos que, para algumas crianças, são difíceis de compreender e trabalhar. Mesmo para as crianças que não partilham essa dificuldade, é sempre positivo trabalhar estes conceitos com os mais pequenos e fazê-los sentir confortáveis para exprimirem aquilo que sentem para que não vejam a desenvolver essa dificuldade mais tarde. É importante, pela mesma razão, que estas atividades sejam realizadas em conjunto com o adulto para haver uma partilha saudável e rica entre ambos.

As atividades que publico neste post surgem do site do projeto academia-cv.pt que tem imensos recursos para desenvolver diversas capacidades das crianças, especialmente, migrantes. No entanto, são atividades que facilmente se adaptam para crianças de todas as idades e diversos contextos. Neste post, vou partilhar 3 atividades que se podem realizar utilizando a mesma ficha de trabalho. Todas as atividades, separadamente, devem demorar entre 30 a 60 minutos. São apropriadas para crianças a partir dos 4 anos, sempre adaptando a linguagem e o nível de auxílio à idade.

Há situações importantes a ter em conta e que o próprio projeto expõe. De forma a prevenir situações que causem um desconforto na criança, evitar discutir muito os sentimentos e emoções negativas. Por outro lado, se facilitar, pode ser utilizada uma personagem ou pessoa fícticia para ajudar na discussão sobre as emoções e sentimentos, podendo mesmo usar-se mesmo uma história lida previamente.


Como proceder:

Os materiais são sempre os mesmos, as canetas coloridas e a ficha de trabalho fornecida (mais abaixo). Na atividade 3, é necessário, adicionalmente, papéis soltos com emoções escritas ou emojis. 

1ª atividade - Sentimentos

  1. Pedir às crianças para pensarem como se estão a sentir naquele momento;
  2. Distribuir uma folha com o desenho incompleto e pedir que cada uma complete o desenho de forma a representar como se sente naquele dia. O adulto também deve completar um desenho;
  3. Cada um apresenta o seu desenho e explica o que representa (apontar a resposta);
  4. Durante as apresentações dos desenhos colocar questões, como: Costumas sentir-te assim muitas vezes? O que te faz sentir assim? Como muda o teu estado de humor? O que te faz mais feliz? O que te faz sentir medo? O que te deixa triste? O que foi mais fácil/difícil de desenhar? Gostaste de fazer o desenho? (apontar a resposta);
  5. Pedir aos participantes para desenharem e/ou escreverem em redor do desenho o que despoleta aquelas emoções e no final apresentar novamente o seu desenho com estes novos elementos.


2ª atividade - Adivinha as emoções 1

  1. Distribuir uma folha com o desenho incompleto e pedir que cada criança complete o desenho de acordo com a sua imaginação. Explicar que podem desenhar a personagem que quiserem sem restrições e podem apresentar também características associadas à profissão ou a uma atividade que a pessoa faz. Dar 10 minutos para o desenho ser o mais completo possível;
  2. À vez, cada um apresenta o seu desenho, e os outros têm de dizer quem é e como se sente aquela personagem. Para facilitar, pode colocar questões como: O que fará alguém sentir-se assim? Costumas sentir-te assim muitas vezes? O que pode mudar este estado de humor? O que te faz mais feliz? O que te faz medo? O que te deixa triste? O que foi mais fácil/difícil de desenhar? Gostaste de fazer o desenho? (apontar a resposta);
  3. Pode pedir às crianças para escreverem, em redor do desenho, a descrição daquela personagem: quem é, o que faz, do que gosta e do que não gosta. No final, todos apresentam o seu desenho, lendo o que escreveram.

 

3ª atividade - Adivinha as emoções 2

  1. Pedir que cada criança retire aleatoriamente um papel ou emoji e leia ou diga a emoção (apoiar as crianças com dificuldade na leitura e/ou interpretação ou que não conseguem ler ainda);
  2. Distribuir uma folha com o desenho incompleto e pedir que cada um complete o desenho representando a emoção que estava escrita no seu papel. Dar 10 minutos para o desenho ficar o mais completo possível;
  3. À vez, cada um mostra o seu desenho, e os outros têm de adivinhar/interpretar qual a emoção que sente aquela personagem. Pode colocar questões como: O que fará alguém sentir-se assim? Quem se costuma sentir assim? O que costuma fazer as pessoas sentirem-se assim? (apontar a resposta);
  4. Pode pedir-se aos participantes para escreverem em redor do desenho o nome da emoção que estava escrita no papel e uma frase que explique porque é que a personagem ficou a sentir-se assim. Para participantes com mais dificuldades ou não sabe escrever ainda, o adulto pode escrever aquilo que a criança diz. No final, todos apresentam o seu desenho, lendo o que escreveram.

Espero que gostem destas atividades, se tiverem alguma dúvida ou quiserem partilhar a vossa experiência com estas atividades, coloquem nos comentários mais abaixo. Mais abaixo, encontram-se as fichas de utilização e a ficha de trabalho. Não se esqueçam de seguir o blog, basta inscreverem-se na barra mesmo ao lado do post e, igualmente, de visitar o site do Projeto da Academia CV porque eles têm muitos mais conteúdos, principalmente focados no desenvolvimento pessoal, social e académico das crianças.

Até ao próximo post,
Bárbara 🎈


Ficha de utilização A1

Ficha de utilização A1

Ficha de utilização A2

Ficha de utilização A2

Ficha de utilização A3


Ficha de utilização A3



Ficha de utilização









Tira o bilhete!

Aqui vai mais um post!

Já estamos quase em Junho. Vai ser um mês muito diferente do que estamos acostumados e, provavelmente, vamos passar mais tempo em casa. Tendo isso em mente, deixo-vos aqui uma atividade, mais descontraída, mas, de qualquer das formas, produtiva e que estimula a criatividade e reflexãoFiz, então, uma lista de filmes que recomendo por diversas razões e explicíto em cada sugestão. 

Esta atividade é boa para todas as idades e é especialmente boa para estimular as crianças mais velhas, se for o caso, a ajudarem as mais pequenas e, assim, trabalhar a cooperação.

Como proceder:

Os materias que vão precisar são folhas brancas A4 ou A3 e material de desenhoCada criança desenha e pinta o seu bilhete do filme que vão ver. Por exemplo, recortar folhas brancas num formato A5 e, com a ajuda de um adulto e dependendo da idade, têm de criar o bilhete do cinema e escrever o nome do filme, desenhar uma das personagens, entre outras coisas que possam achar relevantes sobre o filme. Depois, é só ver o filme!

Lista de filmes recomendados:

  1. Brave (2012) – forte figura feminina; coragem 
  2. Toy Story 4 (2019) – seguir em frente; amizade; resiliência  
  3. Música no coração (1965) – ser positivo; resiliência  
  4. Lilo e Stitch (2002) – forte personagem feminina; família unida; amor; resiliência  
  5. How to train your dragon (2010) – coragem; resiliência  
  6. Moana (2016) – coragem; amor; gratidão  
  7. Up (2009) – amor; coragem; sobreviver depois da tragédia   
  8. Nanny McPhee (2005) – honestidade; obediência  
  9. Shrek (2001) – aceitação; lealdade 
  10. Charlotte’s Web (2006) – amor; auto-aceitação; bondade 
  11. The karatê kid (1984) – resiliência; paciência 
  12. Rei leão (1994/2019) – honestidade; amor, resiliência  
  13. Willy Wonka e a fábrica de chocolates (1971) – honestidade; obediência; gratidão  
  14. Mary Poppins (1964) – bondade; obediência; honestidade 

Espero que gostem desta ideia e que, juntamente com as crianças, revejam alguns filmes que vos causem nostalgia e novos filmes que, também, vos causem algum impacto.


Até ao próximo post,
Bárbara 🎈

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Ficha de utilização 1
Ficha de utilização 2
Ficha de utilização 2


A mala das preocupações (história para refletir)


Olá a todos!

A pandemia que estamos a viver faz-nos estar preocupados, deixa-nos ansiosos, acabamos por estar sempre em estado de alerta, porque estamos numa situação de perigo. Mesmo com toda a proteção e cuidado que possamos ter, é natural que seja uma situação que nos cause  a todos, crianças ou adultos, confusão e medo. Esta situação acaba por ser muito cansativa!
Pandemia à parte, há situações na nossa vida que nos podem causar medo e ansiedade. É importante que, desde pequenos, arranjemos estratégias para lidar com estas sensações, sentimentos, pensamentos, de forma a que consigamos combater aquilo que nos assusta e aflige.
As nossas preocupações tornam-nos pesados e, muitas vezes, sem conseguir aproveitar os dias da melhor forma. Às vezes, muitas das nossas preocupações nem sequer nos pertencem, mas sim a outros que queremos ajudar. Depois, temos dificuldade em aproveitar os melhores momentos da vida, porque temos a mente ocupada com problemas.

Portanto, com isto em conta, trago-vos uma história chamada “A Mala das Preocupações” que fala exatamente sobre este peso que tendemos a carregar e como podemos ganhar contra as nossas preocupações e emoções negativas. É uma história para meninos e meninas de várias idades, mas também para adultos.

No meu canal de YouTube encontra-se o vídeo sobre esta atividade, espero que vão dar uma espreitadela. 😍

Como proceder:

Primeiramente, deve ser feita a leitura da história com atenção. 
Depois, proponho uma atividade para realizar após a leitura da história e, para isso, é preciso que leiam a história em conjunto, seguindo as instruções:

  1. Cada pessoa escreve as suas preocupações num papel, aquelas que colocarias em sacos iguais aos do João.
  2. Discussão e partilha em grupo das preocupações, do peso destas e a razão por as querer largar.
  3. Num recipiente com água, largar o papel com as preocupações para que se dissolvam na água.
  4. Relembrar que não podem recuperar as preocupações.
  5. Escrever e discutir dádivas/coisas boas do quotidiano e colocá-las num saquinho ou caixinha, para poder ir adicionando todos os dias e ir recordando em dias mais tristonhos.
Adicionalmente, seria interessante responder às questões que são propostas pelo autor da história, de forma a fomentar uma reflexão mais aprofundada do tema da história. Depois, a criança, o jovem ou adulto pode partilhar as suas respostas com pessoas da sua confiança (amigos, pais, cuidadores, avós, professores) e, talvez desta forma, ajudar a libertar o peso que tendemos a carregar e ficar com as “costas/mochila” mais leves. As perguntas são:
  • O que é que eu tenho de parecido com o João?
  • O que é que me preocupa mais?
  • O que impede que as crianças contem aos adultos as suas preocupações?
  • O que é uma preocupação sobre a qual eu não posso ou consigo falar?
  • Que conselhos tenho para o João?
  • Que coisas boas (duas) me aconteceram esta semana?
  • Quais são as preocupações (três) que eu tenho carregado por muito tempo?
  • Que preocupações eu quero largar?
  • Como me vou sentir quando finalmente largar as minhas preocupações?
  • Presto mais atenção às dádivas ou às preocupações? Como posso prestar mais atenção às coisas boas?
Sentem-se num sítio confortável e vamos à história.

A mala das preocupações

João era um jovem coelho que se movia de forma tão lenta como uma tartaruga. João não estava doente, não era velho, nem sofria de nenhuma limitação física, apenas se movia muito devagar. A sua testa estava carregada, os olhos estavam para baixo e até quando sorria, João parecia cansado e triste.
Num dia de sol, João e alguns amigos pulavam pelo campo. Os outros coelhos pulavam cheios de energia, mas o João parecia arrastar-se a um ritmo muito lento.
O grupo foi saltando e brincando e acabou por parar ao pé de um simpático coelho mais velho, muito amigo da família de João. O coelho mais velho olhava para os saltos e brincadeiras do grupo e coçou a cabeça com o seu grande pé.
“João”, disse ele, “tu não corres nem saltas como os teus amigos. Estás a mover-te de forma tão lenta como uma tartaruga na lama”.
O coelho mais velho reparou então que João trazia uma mochila enorme, pesada e completamente cheia. Puxou-a dos ombros do João e colocou-a no chão. Havia uma etiqueta com letras grandes vermelhas na parte de fora da mochila, que dizia “As preocupações do João”.  Preocupações são problemas que nos incomodam e nos deixam mais tristes.
O amigo do João perguntou, “porque estás a carregar esta mochila tão pesada? Podias saltar mais rápido se a tirasses das costas.”
João olhou-o fixamente, e respondeu com voz firme, “NÃO, eu NUNCA a tiro das costas.”
O seu amigo mais velho perguntou, “Não a tiras nem para comer?”
“Não”, respondeu João, “nem para comer.”
“E para dormir?”
“Não, nem para dormir”
“De certeza que a tiras para brincar.”
Nesta altura, João, que já estava a ficar impaciente, respondeu, “Eu JÁ disse que NUNCA a tiro. Nem sequer para brincar.”
O coelho mais velho ficou muito curioso. “O que é que tens lá dentro? São livros da escola? Ou são pedras? É que isto parece mesmo pesado.”
João não se importou de lhe dizer o que é que a mochila tinha “Isto é a minha mochila de preocupações. Elas são pesadas.”
O coelho mais velho continuava curioso e perguntou, “Posso olhar lá para dentro? Não consigo acreditar que um pequeno coelho como tu tenha assim tantas preocupações.”
João respondeu, “Podes ver se quiseres., mas tem cuidado.” Então o sábio coelho, abriu a mochila e espreitou lá para dentro. Havia muitos sacos diferentes de preocupações. Cada um tinha um rótulo escrito com uma cor diferente.
O primeiro saco, com um rótulo azul, dizia, Erros Estúpidos. (erros é quando fazemos algo que não devíamos ter feito, mesmo sem querer)
O segundo saco, com um rótulo verde, dizia, Rejeições. (Rejeições são quando alguém de quem gostamos deixa de gostar de nós).
O terceiro saco de “preocupações” dizia, Problemas Familiares.
O coelho mais velho espreitou o saco Problemas Familiares e reparou que muitos destes problemas tinham nomes de outras pessoas escritas neles. “Porque é que andas a carregar com os problemas de outras pessoas?”
“Gosto de ajudar os outros”, disse o João.
O quarto saco de preocupações cheirava mal e a palavra Imperfeições era a que aparecia no rótulo, a roxo. O coelho mais novo explicou, “Isto são coisas em mim que não são perfeitas, como as minhas verrugas, os meus pés grandes ou os meus dentes tortos”.
O sábio coelho disse, “Ninguém é perfeito. Se tu queres saltar como os outros coelhos, precisas de te ver livre destas preocupações. Não é suposto um coelho ser tão lento como uma tartaruga.”
João discutiu com ele, gritou e fez beicinho. Ele implorou, “Eu colecionei estas preocupações toda a minha vida. Posso apenas guardar algumas? Não sei o que fazer sem elas.”
“Não”, disse o coelho mais velho. “Está na altura de as deixares ir. Podes carregar algumas inquietações diárias, coisas que te incomodam, se quiseres, mas não preocupações”.
Finalmente, o João concordou que a mochila estava muito pesada e o impedia de aproveitar a vida. Ele sabia que tinha de aliviar aquele peso.
O seu amigo disse, “Vem comigo. Sei de um sítio para deixares as tuas preocupações. É um lugar especial, na floresta.”
“Indica-me o caminho.”, disse o João.
Juntos, saltaram por um caminho rochoso pela floresta.
“Chegámos”, disse o amigo do João, quando pararam junto a um lago bonito. “Isto é um lago sem fundo”.
João não acreditava no que ouvia, “SEM fundo?”
“É verdade”, disse, enquanto apontava para o lago. “Olha para aquele sinal ali.”.
João olhou e viu um grande sinal ao lado do lago que dizia, PROIBIDO PESCAR. O seu amigo disse “Se deixares cair alguma coisa aqui dentro, nunca mais a podes recuperar.”.
“Ah” disse João, “Eu já percebi o que queres que eu o faça. Tu queres que eu atire as minhas preocupações para dentro do lago…” Ele deu um pequeno passo atrás, sem ter a certeza de estar preparado para fazer o que precisava de fazer.
“Está tudo bem,” disse o amigo. “Já sabes o que precisas fazer”.
Depois de algum tempo, o João percebeu que estava pronto e acenou a cabeça mostrando que concordava.
João tirou a mochila e o amigo ajudou-o a retirar os sacos de preocupações de lá de dentro. Juntos abriram os sacos. “Ok, vamos fazer isto!” disse o seu amigo, enquanto entregava ao João uma preocupação. João puxou o braço atrás, o mais atrás que conseguiu, respirou fundo e atirou a “preocupação” com toda a sua força. A preocupação voou sobre a água e caiu com um grande Plop! João ficou a olhar enquanto a “preocupação” atingia a água e se afundava.
Largar aquela primeira preocupação deu coragem a João. Sentiu-se aliviado. Ele atirou as preocupações para o meio do lago, uma por uma e viu-as afundar.
À medida que estas caíam no lago, João observou os círculos que se formavam e logo desapareciam no cimo da água. À medida que ia observando estes círculos, o seu coração batia mais leve. Antes de dar por isso, João estava à beira do lago, com uma mochila vazia às costas.
João de repente teve um momento de dúvida, “Ai não, que fui eu fazer? O que vou fazer com uma mochila vazia?”
O amigo respondeu, “Atira a mochila também”. O João ficou com ar espantado.
De forma relutante, João atirou a mochila para o lago e ficou a vê-la afundar. De repente, começou a sentir-se esperançoso e deu um salto rápido para a frente.
João agradeceu ao seu amigo, por o ter ajudado e saltou em direção a casa, de cabeça bem levantada. Quando chegou a casa contou à sua mãe como lhe tinha corrido o dia, com grande entusiasmo.
“Estou muito orgulhosa de ti João” disse a mãe, “por teres tido a coragem de deitar fora a tua coleção de preocupações.”
João respondeu, “sabes mãe, estou um pouco preocupado que mais cedo ou mais tarde me sinta tentado a voltar a colecionar preocupações.” João sabia que colecionar aquelas preocupações tinha sido um mau hábito. Todos sabemos que é difícil de quebrar um velho hábito.
A sua mãe sugeriu, “O que tu precisas é de uma nova mochila!” Ela foi ao armário e voltou com uma mochila novinha em folha. Na parte da frente via-se um rótulo que dizia “Bênçãos”.
“O que são Dádivas?” perguntou João à mãe.
“Dádivas são coisas boas, como cenouras e alface e fazer novos amigos. Quando te aperceberes de uma dádiva durante o dia, coloca-a nesta mochila. No final do dia, podes contar as tuas dádivas”.
“Eu gosto dessa ideia,” disse o João. “Mas o que faço se tiver um mau dia e começar a colecionar preocupações outra vez?”
A sua mãe respondeu, “Se começares a colecionar preocupações outra vez, o lago é sempre um bom plano B. Apesar de tudo, tu és apenas um coelho, não és perfeito, ninguém é, todos cometemos erros”.
-- Fim da história --

A moral da história é que somos “apenas coelhos” ou “apenas humanos”, logo, podemos e devemos querer fazer alguma coisa para nos sentirmos melhor
Esta atividade serve como se fosse o nosso lago, onde podemos "deitar fora" as nossas preocupações, de forma a termos mais espaço na "mochila" para as coisas boas da nossa vida. Se tivermos a mochila cheia de preocupações, depois não há espaço para o resto!
Espero que tenham gostado da história. Abaixo encontram as fichas de utilização desta atividade. Não hesitem em deixar as vossas perguntas ou feedback nos comentários abaixo ou na caixinha aqui ao lado.

Até ao próximo post,
Bárbara 🎈


Ficha de utilização 1

Ficha de utilização 2

Ficha de utilização 3

Ficha de utilização 4

Ficha de utilização 5

Ficha de utilização 6

Ficha de utilização 7

Ficha de utilização 8

Ficha de utilização 9


 

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